30 de outubro de 2011

Berlim ao sol


Já era noite quando cheguei à Berlim e o que primeiro me chamou a atenção foi o cheiro de uma estação de metrô. Tradicional perfume de cidade, mas, como acontece em todas elas, definido por uma fragrância particular. Andando por Kreuzberg, eu buscava o endereço onde me hospedaria e não reparei que cruzava o traçado do antigo Muro. Apenas no dia seguinte, sob a luz do sol, ao atravessar despretensiosamente uma rua do bairro, percebi a inscrição no chão: "Berliner Mauer 1961-1989".

Ao contrário do que se poderia esperar, o encontro dessa marcação não me causou grande impacto. Senti que aquele fora apenas mais um dos muitos muros que, depois de construídos, foram derrubados num lugar com milênios de civilização. Curiosa sensação de tempo histórico que me fez pensar como estamos, pela primeira vez, tão perto e, como sempre, tão longe de uma verdadeira comunidade humana.

18 de outubro de 2011

Conselho em epígrafe

CAPÍTULO CXVI - FILOSOFIA DAS FOLHAS VELHAS

(...)
Outras vezes agitava-me. Ia às gavetas, entornava as cartas antigas, dos amigos, dos parentes, das namoradas, (até as de Marcela), e abria-as todas, lia-as uma a uma, e recompunha o pretérito... Leitor ignaro, se não guardas as cartas da juventude, não conhecerás um dia a filosofia das folhas velhas, não gostarás o prazer de ver-te, ao longe, na penumbra, com um chapéu de três bicos, botas de sete léguas e longas barbas assírias, a bailar ao som de uma gaita anacreôntica. Guarda as tuas cartas da juventude!
(...)
Memórias Póstumas de Brás Cubas. 1881. Machado de Assis

13 de outubro de 2011

Conversa com Malick





E os mesmos pássaros cantarão.










6 de outubro de 2011

Pensamentos esparsos

É preciso separar a carência do amor. Só o verdadeiro amor pode se equiparar à profundidade da carência humana.